O
documentário Surplus do sueco Erik Gandini, procura mostrar a situação
da sociedade atual, enfeitiçada pelo consumismo. Para isso, o diretor
viajou durante três anos para diversos países, como Índia, Cuba e Eua.
No
início vemos as manifestações em Gênova, 2001. Onde antes poderíamos
esperar críticas aos atos violentos dos manifestantes, como quebrar
janelas e incendiar carros, somos surpreendidos pela declaração de John
Zerzan, guru do anticonsumismo, dizendo que os danos à propriedade não
podem ser considerados violência, afinal um prédio não pode sentir nada.
Violência, segundo ele, é ficar em casa, inerte, alheio aos
acontecimentos a sua volta. Pode parecer estranho num primeiro momento,
mas não fazer nada para mudar o mundo não é mais violento do que
destruir propriedade privada? E como protestar contra o consumismo sem
atacar o produto que ele gera? Mais a frente Zerzan critica a postura
pacífica de fazer uma caminhada segurando uma faixa.
O
filme segue mostrando os danos gerados ao meio ambiente pelo estilo de
vida dos países ricos. É nessa parte que todos deveriam se perguntar:
“Então como seria se todos os países fossem desenvolvidos?”. E aí que
cai a máscara do chamado “desenvolvimento sustentável”. E mesmo assim
todos os dias milhões de brasileiros tem o sonho impossível de ver nossa
nação rica e desenvolvida, assim como os cidadãos dos outros países
subdesenvolvidos. Marx pode ter cometido alguns erros, mas como ignorar o
fato claro de que num mundo capitalista sempre haverá pobreza e
exploração?
O
filme busca então mostrar outro lado e vai para Cuba. Vemos que lá não
há consumismo, não há sequer publicidade comercial. Porém a ilha
caribenha está longe de ser a sociedade ideal. É interessante notar o
poder absoluto de Fidel Castro.
Falando
sobre liberdade, John Zerzan diz: “A liberdade que temos é a de
escolher entre o produto A, B ou C”. E realmente, onde está nossa
liberdade de não escolher?
O
filme faz uma oportuna comparação entre a vida de uma cubana, que
sonhava comer um Big Mac’s invés de arroz e feijão, e um jovem europeu,
que com apenas 19 anos já é milionário e não sabe o que fazer com seu
dinheiro, sentindo um vazio.
O
documentário fala também como a evolução tecnológica, que se
acreditava, ia libertar o homem, diminuindo seu trabalho. Mas o que
vemos é que agora somos mais escravizados, pelo celular, pelo bip, pelo
computador, não podemos abandonar mais o trabalho. Somos trabalhadores
24 horas por dia.
O
discurso de George Bush mostra claramente no que ele está preocupado em
defender: “Não podemos permitir que o terrorismo faça com que nós...
que as pessoas não comprem mais”.
Na
Índia vemos o destino dos resíduos do modo de vida nos países ricos, em
um cemitério de navios, trabalhadores paupérrimos os desmontam para
reciclá-los. E os depósitos de pneus chamam a atenção, ainda mais se
lembrarmos que o Brasil os compra para recauchutá-los.
O
documentário não mostra só as conseqüências ao meio ambiente, mas
também as relações pessoais. Num mundo onde tudo pode ser comprado, uma
empresa vende por módicos sete mil dólares, “bonecas de amor”.
No
final do filme um discurso sobre um futuro possível, aonde as pessoas
não irão mais querer o carro do ano, a roupa que está na moda, aonde as
pessoas irão se contentar com o suficiente. Com muita coragem a cena
final é da garota cubana, dizendo que quer mais do que isso, nos
lembrando do poder da publicidade comercial, e dos desejos humanos.
Surplus não é um documentário para se pensar no futuro, é para se pensar o presente.
Fonte: http://devaneiosdeumpindense.blogspot.com/2008/01/relatrio-do-documentrio-surplus.html
Será que no consumismos só existem coisas ruins? É um documentário simples. E você o que busca nesta sociedade? Não há em você uma única gota de consumista? Será que você é um comunista na essência da palavra? Ou mais um sonhador? O que você espera mudar? Ou só está se tornando uma pessoa cada vez mais amarga, pra vida, para si e para os outros? Será que vale a penas tanta amargura no coração?
ResponderExcluirEspero que alcance seus objetivos, ou não.